Apesar de todos os meios de comunicação afirmarem que Romildo Bolzan Júnior, atual presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, será o candidato do PDT ao governo do estado na eleição que ocorrerá no final do ano corrente, ele segue negando e afirmando que “neste momento não pensa em deixar o Grêmio”, que “neste momento a sua prioridade é o Grêmio”, e outros “neste momento” similares.
O atual estatuto do Grêmio, em seu art. 81, § 3º, estabelece: “Se o Membro do Conselho de Administração for candidato a cargo eletivo, a partir da homologação de seu nome pelo partido político ficará automaticamente licenciado do cargo ocupado no GRÊMIO até 30 (trinta) dias após o término do pleito.”
Embora o termo “homologação” não seja o mais exato, refere-se a escolha, pelos partidos, dos candidatos.
Neste caso, a legislação vigente (art. 8º, da Lei nº 9.504/97, com a redação dada pela Lei 13.165/15) estabelece que as convenções partidárias farão a escolha dos candidatos até 05 de agosto deste ano.
Assim, a candidatura de Romildo pode ser definida até 05/08/2022 e até lá, estatutariamente, ele pode permanecer como presidente do Grêmio.
As chances de Romildo vencer as eleições para governador neste momento são remotas, especialmente pela situação que o Grêmio se encontra. Se tivesse concorrido em 2018, no auge de sua fama esportiva, Romildo hoje, provavelmente, estaria sentado na cadeira que é ocupada por Eduardo Leite.
No início de 2018, eu disse várias vezes no Programa Cadeira Cativa, do jornalista Luiz Carlos Rech, levado ao ar pela TV Ulbra, que tinha a convicção que Romildo seria candidato naquele ano. Disse mais, que aquele era o momento dele e que no próximo pleito a situação poderia ser diferente.
E está diferente, muito diferente!!!O inesperado rebaixamento do Grêmio jogou um caminhão de água fria nas pretensões políticas de Romildo e neste momento o deixa praticamente sem chances no pleito estadual.
Romildo é um político experiente e sabe jogar nesse campo político. Mas então, qual a aposta dele??? Romildo certamente está contando com uma campanha fulgurante do Grêmio no início da Série B. Se isto ocorrer ele deixa o Grêmio no final de julho e concorre a governador com muito mais chances. Caso o Grêmio não esteja em boa situação no campeonato, Romildo fica no Grêmio, pois nessas condições não teria qualquer chance na eleição para governador, e tenta recuperar parte do seu prestígio político e esportivo salvando o Grêmio na fase final da competição.
Pessoalmente discordo inteiramente desse raciocínio, pois o Grêmio estará disputando o seu campeonato mais importante e não pode ficar atrelado a vontade pessoal do seu dirigente maior. O interesse pessoal não pode prevalecer sobre as necessidades do Clube.
Por tudo isso é que Romildo é enfático em sempre usar a expressão “neste momento”, pois ali na frente, quando este momento for passado tudo poderá mudar e a explicação já terá sido dada: naquele momento eu pensava diferente…
Nós gremistas precisamos de uma posição urgente, pois esta indefinição de nosso atual presidente poderá ser fatal para os interesses do Grêmio.
Marco Antonio C Souza, Conselheiro do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e integrante do Movimento Grêmio do Prata.