Dez de dezembro de 1961, o dia em que o Papai Noel foi tricolor.
No final de 1961 o inter RS já era o campeão estadual, quebrando uma hegemonia tricolor de 5 títulos (após 1961 seriam mais 7 em sequência, o famoso 12 em 13 anos). Mas ainda havia um GREnal para cumprir tabela e lá foi o imortal tricolor jogar no estádio dos eucaliptos no dia 10 de dezembro.
E lá foi o Grêmio, contra tudo e contra todos, com jogador expulso, com adversário metendo a mão na bola dentro da área (pênalti claro não assinalado), com gol legítimo anulado. Aos 20 minutos do segundo tempo o rival marcou o segundo tento. 2×0. Mas quem disse que o Grêmio desistiu? A partir daí se viu a “mais sensacional virada de todos os tempos”.
Primeiro com Nadir: Aos 24 do segundo tempo, em uma cobrança de falta, chuta forte e rasteiro e a bola beija os barbantes colorados pela primeira vez. 2×1. Depois com Marino: aos 40 do segundo tempo, após cruzamento de Nadir, o craque cabeceia a pelota no fundo das malhas do goleiro rubro. 2×2. Neste momento não se ouvia mais a torcida rival. E então chegamos à virada com Juarez: Após cruzamento de Milton o goleiro colorado sai errado e a bola sobra para o “Leão do Olímpico” cabecear, como se tivesse cumprimentando a torcida presente no Eucaliptos. 3×2 GRÊMIO.
Após o jogo, nas comemorações em campo eis que surge nos braços da torcida um papai noel. Mas não era um simples papai noel. Era um papai noel azul. E quem vestia aquele traje, no calor de dezembro, era nada mais nada menos que nosso eterno Paulo Sant’ana, no auge de seus 22 anos.
Papai noel chegou vestido de azul no dia 10 de dezembro de 1961 “preteando” os olhos da gateada. Um acontecimento tão marcante que resultou em um poema do saudoso Jayme Caetano Braun, entitulado Papai Noel Tricolor!
Bruno Reppold, integrante do Grêmio do Prata.
@BrunoRR1903