Hoje é 15 de setembro de 2020, sem dúvidas uma data especial para todos os gremistas. Além de comemorarmos o aniversário do Grêmio, também celebramos a memória de um dos maiores ídolos da história do clube e grande amigo do movimento Grêmio do Prata, José Tarciso de Souza, o Tarciso Flecha Negra.

Para celebrarmos esta data e a memória do grande Tarciso, compartilhamos abaixo dois textos de integrantes do movimento Grêmio do Prata sobre nosso grande ídolo e amigo.

Tarciso em 2013, quando recebeu de Fábio Koff, presidente do Grêmio na época, um troféu comemorativo dos 30 anos da conquista da Copa Libertadores da América 1983. Foto: Gazeta Press.

O Quinze de Setembro

Quinze de setembro de 1903, de 1951 e de 2008. Uma única data, três anos diferentes. Três oportunidades para sermos gratos e prestarmos o devido reconhecimento a instituições e pessoas. Em 1903 a fundação do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, é claro. Em 2008 a fundação do nosso movimento, Grêmio do Prata. Em 1951 nascia o grande atleta e ídolo tricolor, Tarciso Flecha Negra.

Falar sobre o Grêmio e o Grêmio do Prata é fácil, mas hoje em especial eu e minha família gostaríamos de prestar uma homenagem a esse homem com o qual tivemos grande honra de conviver, Tarciso.

Nos conhecemos quando nosso filho mais velho ingressou na escolinha dele – Gauchito no bairro Tristeza – e seguimos com essa relação nesse mesmo espaço quando o nosso segundo filho também foi treinado pelo Tarciso. Perceber o tamanho do jogador que ele foi é evidente e nítido, sem complicações, mas como privilegiados por esse contato mais próximo a ele e sua adorável família, gostaríamos de transparecer o que ele foi como pessoa: determinado, humilde, com fé nos seus princípios e valores. Apaixonado pelo Grêmio e pela sua história.

Eu e minha família fomos gratos e honrados por esse convívio. Aprendemos muito e trocamos tantas experiências. O Grêmio do Prata também deve momentos de extrema alegria a essa grande pessoa. O nosso espaço no Parque Harmonia com nosso próprio piquete foi palco de comemorações a altura desse ídolo tão representativo do nosso clube. Tantas crianças, famílias, beneficiadas, tocadas e transformadas pela sua compaixão e solidariedade com tantos projetos sociais. Pois é, 15 de setembro realmente é um dia marcante.

Que possamos ter inúmeros outros para reconhecer a tua grandeza, amigo Tarciso, agradecer pela vida que tu teve próximo a nós e te homenagear, sempre.

Eldir Antonini, Conselheiro do Grêmio e integrante do Grêmio do Prata

Foto: CP Memória

Tarciso Flecha Negra, um gigante dentro e fora de campo!

Conheci, pessoalmente, o “FLECHA NEGRA”, como, também, era conhecido o mineiro José Tarciso de Souza, por meio do Grêmio do Prata. Cidadão com um coração maravilhoso que iniciou a sua carreira, no futebol, como atacante no América/RJ, e, após se destacar, transferiu-se, em 1973, para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

No tricolor gaúcho, entre outros feitos e outras conquistas, enfrentou a hegemonia de oito anos do rival nos campeonatos regionais até 1977, quando o próprio Grêmio a quebrou.

Fez parte do elenco vitorioso da equipe gaúcha na década de 1980, onde foi campeão Gaúcho em 1977, em 1979, em 1980, em 1985, em 1986; foi campeão Brasileiro em 1981; campeão da Copa Libertadores em 1983; e campeão do Mundial Interclubes, também, em 1983.

Jogador que mais atuou com a camiseta do clube, por 726 vezes, entre 1973 e 1986, também, é o segundo jogador que mais marcou com a camisa tricolor, tendo feito 226 gols no mesmo período.

Além de todas essas conquistas, sagrou-se campeão goiano, pelo Goiás, em 1986, e campeão paraguaio, em 1987, pelo Cerro Porteño.

No campo político, como vereador da capital gaúcha, cumpriu sua missão, trabalhando muito, principalmente através do esporte, ao lado da sua amada esposa Jô, com quem idealizou e colocou em prática projetos voltados à educação; ao saneamento, à inclusão social; à revitalização de parques e de praças; à dignidade de famílias, em especial, carentes. Enfim, um gigante dentro e fora de campo.

Desde que o conheci, fez questão de participar e de nos ajudar nos projetos que tínhamos relacionados ao Grêmio. Mesmo assolado por um tumor ósseo que o tirou de nós, em 5 de Dezembro de 2018, sempre fez questão de esconder as suas dores atrás daquele sorriso inesquecível.

Particularmente, tive a honra de participar ao seu lado de diversos eventos:
– Os projetos do “Prata Qualifica”, em que trazíamos convidados para nos enriquecer com os seus conhecimentos (entre tantos, o com o saudoso e, também, amado por todos os gremistas Valdir Espinosa);
– Os aniversários do Grêmio, que coincidiam com o dele e com o do Grêmio do Prata;
– Os eventos consulares…
Sempre encontros maravilhosos, nos quais transbordavam de torcedores e de simpatizantes do ídolo imortal.

Ademais, impossível não destacar a sua importância, tendo sido fundamental e incansável, em 2011, para que conseguíssemos o tão desejado “lote”, no Harmonia, para que pudéssemos estaquear o nosso piquete, onde, desde então e até hoje durante todos os meses de setembro, mantemos o legado gremista e a tradição gaúcha em estarmos presentes e em participarmos efetivamente com multidões de amigos de todas as estirpes.

Outro auxílio incondicional dele, dentre tantas benevolentes obras, foi em relação à minha amiga que, por conta de um câncer, ficou impossibilitada de laborar. Ele me chamou em seu gabinete e, após fazer dedicatórias e de conseguir a assinatura do grupo de jogadores do GRÊMIO, doou-me o manto para que fosse rifado em auxílio dela.

Sério!!! Nunca, nos meus melhores sonhos, imaginei que um dia pudesse conhecer, pessoalmente, um jogador que ajudou a fazer a história do meu GRÊMIO. Muito mais do que isso: tornarmo-nos amigos deste grande homem.

Hoje, restam-nos, além de toda essa fortuna, ótimas lembranças.
Assim como o Grêmio fez com o Everaldo na bandeira tricolor, nós do Grêmio do Prata te imortalizamos, humildemente, em nossos corações e no nosso estandarte, na certeza de que a estrela que outrora brilhou dentro e fora das quatro linhas, hoje brilha no céu.

Serás lembrado para sempre, meu amigo Flecha Negra. Não é um adeus; É obrigado por tudo e até logo, todavia.

Cristiano Zucco (Mr Z) integrante do Grêmio do Prata.

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