A Assembléia Provincial ocorrida em 20 de abril de 1835 foi para muitos historiadores, como por exemplo Walter Spalding em seu livro “A Epopéia Farroupilha” – 1963, mais um dos motivos para o levante Republicano de 1835.
Inicialmente cabe salientar que infelizmente desde os idos anos de 35 já existia o famigerado “jeitinho brasileiro”. Isto porque as duas pessoas que presidiam tal Assembléia não poderiam ter sido eleitas segundo as próprias leis do Império. Especificamente pelo artigo 79 da constituição imperial, que estava em vigor devido à Carta Lei de 12 de outubro de 1832. Obviamente as referidas pessoas eram caramurus, apoiadoras do governo imperial, e o Presidente da Província fez questão de que os dois fossem empossados, inclusive, ignorado a solicitação feita pela Câmara Municipal.
Dito isso, vamos à conturbada Assembléia.
Em seu discurso inicial, na época conhecido como “Fala”, o presidente da Assembléia denúncia um suposto plano de separar a Província e se unir ao Uruguai. Lembremos que até 1828 o Uruguai era território brasileiro.
A acusação foi direcionada ao Partido Liberal, posteriormente conhecido como Farroupilhas, que teriam arquitetado tudo com a anuência de Bento Gonçalves da Silva.
Como se pode imaginar tal afirmação causou um acalorado debate entre os presentes das duas vertentes políticas. Debates que ocorreram durante toda a primeira fase de funcionamento da Assembléia, de 20 de abril até 20 de junho.
Se por um lado os caramurus atacavam constantemente os liberais, por outro lado a imprensa da época figurada pelo O Continentista considerava tendenciosas as acusações feitas pelos governistas.
Spalding afirma que após ler as atas e o noticiário da imprensa da época que fica claro que o espírito verdadeiramente revolucionário se formou dentro da Assembléia graças à falta de diplomacia dos caramurus. Foi ela o cadinho em que se refinaram os sentimentos de reivindicações e se tornou vitoriosa a idéia levada a feito, pelas armas, em setembro daquele agitado ano de 1835.¹
Mas isto é claro é assunto para uma próxima ocasião.
Gabriel Tessis
@bagual35
Patrão do Piquete Grêmio do Prata
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1 – Transcrito do livro: A Epopéia Farroupilha – Walter Spalding-1963
Esse é um legítimo exemplo de um patrão de Piquete: tradicionalista e interessado pela nossa cultura.
Não é como uns e outros que querem festas de “cowboy” e sertanejo no estádio Olímpico.
Parabéns, Tessis!
Dale! Valeu Muller, estou apenas mantendo viva a nossa história.
E já adianto, dia 30/04 teremos uma nova postagem.
É isso aí Gabriel. Nossa história é rica porém muitas vezes nas escolas, devido a ditadura, nos contaram outra.
Sabendo do passado, forjamos o futuro.
E uma nova revolução está prestes a acontecer!
Patrão é foda! Sem mais!
Espero que no bom sentido. Hahahaha
Claro.