No dia 22 de setembro de 1996, Grêmio e Internacional entraram em campo para disputar o Grenal de número 331 na história, válido pela décima primeira rodada do Campeonato Brasileiro de 1996.

A dupla chegava ao clássico com campanhas praticamente iguais (o Grêmio era o 11° colocado e o Internacional era 12°) e os 3 pontos colocariam o vitorioso na briga pela classificação a fase final do campeonato.

Como de costume, a semana que antecedeu o clássico foi repleta de polêmicas e troca de farpas, afinal estamos falando de um dos maiores clássicos do mundo. Em meio a tudo isso, a diretoria colorada pediu e levou uma arbitragem de fora do estado usando como desculpa a “violência” do time comandado pelo técnico Luis Felipe Scolari.

E seria, como diz o grande Haroldo de Souza, mais um Grenal na vida de cada um de nós, não fosse um detalhe…e que detalhe, logo aos cinco minutos o excelente lateral Arce cobra escanteio da esquerda e no bate e rebate na área a bola sobra alta para Paulo Nunes, o Paulo ” Bala”, o Diabo Loiro, mandar de bicicleta para as redes do goleiro André. Estava aberto o placar no Beira-Rio.

Na comemoração, o atacante que seria o artilheiro do campeonato com 16 tentos pula em um pé só, em uma clara homenagem (ou seria provocação?) à mascote do coirmão.

A partir dali o colorado foi só pressão, mas esbarrou naquele que viria a ser o melhor em campo: o “homem Grenal” Danrlei de Deus!

Fim do primeiro tempo.

O jogo reinicia e logo aos 7 minutos da segunda etapa a insistência colorada deu resultado. Murilo invade a área e, cara a cara com Danrlei, chuta para marcar o gol de empate do clássico.

Aos vinte minutos o Grêmio já estava totalmente envolvido, Danrlei brilhava mais uma vez, até que o árbitro marca uma falta na intermediária colorada. O goleiro André, os jogadores colorados, a torcida e o Brasil inteiro esperavam que a falta fosse cobrada pelo Arce, mas o próprio lateral, sussurrou ao volante Dinho: “ele está do outro lado, bate tu.”

E foi com um surpreendente chute rasteiro que o “cangaceiro dos pampas” rompeu a meta colorada e fez o gol que garantiria a vitória tricolor por 2 a 1.

Daquele momento em diante, o Grêmio (leia-se Danrlei) segurou o ataque colorado. A atuação do goleiro tricolor, que na quarta passada havia falhado em jogo pela Supercopa contra o Velez, foi tão decisiva que, além de sair ovacionado pela torcida e eleito o melhor em campo, a capa do jornal Correio do Povo do dia seguinte estampou: “Inter morre nas mãos de Danrlei”, enquanto a matéria exclamava que o Grêmio havia sido “implacável como um assassino de aluguel.”

“Violento é o chute do Dinho!” Esbravejava ao final do jogo o vice-presidente de futebol Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo.

Festa no vestiário da casa adversária e o resto da história é conhecida. O Grêmio se classificaria para a fase final do campeonato e conquista o título do Campeonato Brasileiro de 1996.

Passaram 25 anos daquele clássico, mas aquele saci loiro e o goleiro louco ainda assombram o imaginário dos torcedores colorados.

Ficha Técnica: Internacional 1×2 Grêmio
Público: 47.162
Renda: R$ 491.200,00

Grêmio: Danrlei , Arce , Luciano, Adílson e Roger ; Dinho , Goiano , Aílton ( Emerson ) e Carlos Miguel; Paulo Nunes (João Antônio ) e Saulo (Zé Alcino). Técnico: Luís Felipe Scolari

Internacional: André, César Prates , Tonhão , Gamarra e Arílson ; Fernando, Enciso ( Luis Gustavo), Marcelo e Murilo ( Yan ); Fabiano ( Fabinho ) e Leandro. Técnico: Nelsinho Batista

Texto escrito por Rodrigo Gonçalves de Souza Palmeiro (Barbela Palmeiro), torcedor gremista da cidade de São Luiz Gonzaga.

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