Em 20/05 de 1875 começaram a desembarcar os primeiros imigrantes italianos na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul.

Mesmo após a unificação da Itália¹ o país encontrava-se em dificuldades. Era um Estado pobre, sem recursos e com muitos agricultores sem trabalho.

Para esses novos habitantes Rio-Grandenses, o império brasileiro ofereceu uma série de incentivos, ditados pelo regulamento de 1867, que ocasionou em um grande processo de emigração. Principalmente do norte, regiões como Lombardia, Piemonte, Emília e, sobretudo Vêneto.

Para abrigar estes novos imigrantes² o império concedeu inicialmente 17 léguas quadradas, originalmente denominadas de “Fundos de Nova Palmira”, mas que dois anos após já foram renomeadas para “Colônia Caxias”.

Com o passar dos anos, uma a uma, as léguas foram ocupadas. E em julho de 1876 os colonos chegaram ao centro geográfico da colônia, que por ter sido uma antiga aldeia de índios Caáguas era chamado de Campo dos Bugres. Este local, por sua localização, foi escolhido como sede da colônia, e anos mais tarde se tornou a cidade de Caxias do Sul.

Ao mesmo tempo, o povoado originalmente chamado de “Conde d’Eu”; hoje Garibaldi; e a “Colônia Princesa Isabel”; agora Bento Gonçalves, também se desenvolveram.

Após a ocupação destes três lotes, o governo autorizou a travessia para o outro lado do Rio da Antas, surgindo assim a colônia “Alfredo Chaves”, hoje Veranópolis.

Em 1877 os colonos italianos são encaminhados para a região central da nossa Província, fundando a “Colônia Silveira Martins”, hoje próximo a cidade de Santa Maria.

A fundação das colônias de: Alfredo Chaves, Nova Prata, Nova Bassano, Antônio Prado, Guaporé e Encantado, foi a chamada colonização via desmatamento. Os imigrantes perceberam, da mesma forma que os indígenas, que após queimar regiões específicas da floresta se conseguia uma alta produtividade na lavoura.

Com isso toda a região florestal situada entre os campos de Soledade e os campos de Vacaria, até o vale do Rio Uruguai foram colonizados pelos imigrantes italianos.

De Guaporé e de Alfredo Chaves a onda expansionista prosseguiu rumo às regiões florestais dos municípios de Passo Fundo, mais especificamente as cidades de: Casca, Vila Maria, Marau, Mato Castelhano, Água Santa, Tapejara, Getúlio Vargas, Erechim; e de Lagoa Vermelha: Araçá, Chimarrão, Forquilha, Cacique Doble e Sananduva.

Ao alcançar toda a margem meridional do planalto, até os aparados da serra ao leste, os italianos se espraiaram para o noroeste e finalmente ocupam as últimas reservas florestais do Rio Uruguai.

E esta “Italianada” rapidamente se adaptou aos hábitos e costumes Rio Grandenses. Por isso formamos uma nação com diversas vertentes, mas sempre preservando e cultivando uma única cultura, a cultura Gaúcha.

Gabriel Tessis
@bagual35 
Patrão do Piquete Grêmio do Prata

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1 – Antes de 1870 a Itália, como hoje conhecemos, era subdividida em sete estados, quatro reinos e três ducados. Em 1861 sob força das armas, Garibaldi começa a unificação que é finalizada em 1870 com a conquista de Roma.

2 – A colonização alemã ocorria desde 1824.

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Um comentário em “Tutti Buona Gente”

  • De toda essa história eu conheço a da Colonização de Encantado, onde consta algumas informações importantes contidas no livro “os monges de pinheirinho”
    Quanto a minha família os Rotta, São originários de BERGAMO e de acordo com os registros do Arquivo histórico do Rio Grande do Sul chegaram no Estado em primeiro de dezembro de 1892, depois de se hospedarem na hospedaria do Cristal em Porto Alegre por três dias, seguiram para o Município de Estrela, mais precisamente de fronte a Barra do Arroio Jacaré,hoje Roca Sales, à márgem esquerda do rio Taquarí, do outro lado da margem fica a cidade de Encantado. Posteriormente entre os anos de 1925 a 1930 iniciou-se uma nova emigração, em direção ao planalto médio, no caso dos Rotta Espumoso e Região.
    Hoje existe descendentes em todo o lugar do Brasil e do mundo, continuando a eterna Imigração, característica desse povo desbravador.
    UN GRAN SALUTE A TUTTI,
    VIDA LOGA A TUTTI BERGAMASCHI, ITALIANOS E GAÚCHOS, E PRINCIPALMENTE AOS GREMISTAS DE TODAS AS QUERÊNCIAS.
    Cesar Rotta

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