O Olímpico Monumental vai ficar guardado nas nossas memórias. Vivenciamos cada minuto dessa gloriosa história. O minimo que podemos fazer, quanto Gremistas, é prestar nossas homenagens.
Sendo assim, apresentamos o terceiro texto com autoria do integrante Cristiano Zucco.
MONUMENTAL… Nenhuma outra palavra descreve tão bem o palco soberano dos memoráveis embates que nele tivemos. Literalmente, forjada com o suor da apaixonada torcida GREMISTA, a construção em forma oval tem sido, nas últimas décadas, a segunda casa de muito GREMISTA, inclusive a minha, nas últimas três.
Filho de pais enlouquecidamente GREMISTAS, frequento o OLÍMPICO desde que vivia, com o meu irmão gêmeo, no ventre da minha mãe. Recordo que, frequentemente, na minha infância, ia com eles nos treinos para tirar fotos e pegar autógrafos (no tempo em que era permitido o torcedor aproximar-se dos seus ídolos). Enquanto meus pais ficavam sentados nas arquibancadas mateando e jogando conversa fora, eu e meu irmão corríamos pelas dependências internas do gigante de concreto gritando aos jogadores que treinavam no campo principal, e os quais nos respondiam com acenos de positivo.
Como não lembrar que, nos dias de jogos, eu esperava ansioso o momento de ir para o estádio esplêndido e entrar com os jogadores em campo. Sim, não raramente, estive presente no túnel de crianças que recebia os jogadores na entrada em campo. Que sensação maravilhosa e inesquecível a de tu entrares no gramado do OLÍMPICO com o teu ídolo. Ao redor, uma multidão te olhando. Para uma criança, isso é a glória. E para mim era. Por diversas vezes me perdi nos túneis subterrâneos do MONUMENTAL. Claro, confesso que me perdia de propósito, assim ficaria mais tempo dentro deles.
Sinto-me, como GREMISTA, uma pessoa privilegiada. Sou melhor que ninguém, mas tive a oportunidade de conhecer e frequentar todas as dependências da casa da Azenha. Da geral aos camarotes; da social às tribunas; das cativas às cabines de imprensa. E, ainda que o meu lugar oficial para assistir aos jogos sempre tenha sido a arquibancada social, reconheço que, de todos os ângulos, nenhum se sobrepõem ao conjunto da obra. Independente do lugar que o torcedor fosse, a união de todas as vozes espalhadas, independente de lugar, posição ou status, somava-se para assombrar os adversários, que tremiam, com o canto ensurdecedor que o torcedor GREMISTA fazia ecoar internamente do estádio.
Buscando na memória, é praticamente impossível eleger um único momento ou jogo épico vivido dentro desse templo do futebol mundial. Foram vários.
A primeira conquista da Copa do Brasil em 1989 eu estava com o meu pai. O estádio lotado, o GRÊMIO tinha um timaço e com um golaço do Cuca fez 2×1 e sagrou-se o PRIMEIRO campeão do Brasil de forma INVICTA em cima do forte Sport de Recife. No mesmo ano, foi PENTA campeão Gaúcho ganhando nos pênaltis do arquirrival colorado, com duas defesas do eterno arqueiro lobo Mazaropi.
Em 1993, o Olímpico foi palco para o maior craque que vi desfilar até hoje: Dener. Ébano arisco, ligeiro, extremamente elegante e técnico colocou a sua ÚNICA faixa de campeão como profissional dentro do Olímpico.
Em 1994, eu estava na final da Copa do Brasil contra o Ceará (time que já havia eliminado o inter e o Palmeiras), que multidão. Fiquei na geral, exatamente atrás do gol da cascatinha, juntamente com o meu pai. Mais uma vez levantamos a taça com o gol do Nildo no início do jogo, incendiando o caldeirão tricolor.
Em 1995, na Libertadores, presenciei jogos memoráveis como o 5×0 contra a seleção da Parmalat, digo Palmeiras. Depois o primeiro jogo da final contra o Nacional de Medellin, do eminente Rene Higuita, goleiro renomado mundialmente, em quem o GRÊMIO meteu 3×1, pois teve um gol legítimo anulado do Rivarola.
Em 1996, fomos roubados em pleno OLÍMPICO na Copa do Brasil contra o Palmeiras, com o MONUMENTAL abarrotado de GREMISTAS. No último minuto, um gol do Jardel e o bandeira covardemente anulou o gol que daria ao GRÊMIO a chance de seguir na competição. Como chorei no final desse jogo. Copiosamente sai do estádio soluçando.
Justiça seja feita, no mesmo ano, com mais uma vez o grande palco da Azenha explodindo de gente, o GRÊMIO devolveu os 2×0 na Portuguesa no segundo jogo da final e levantou o 2º caneco do Brasileiro. Esse foi pra MIM, o maior de todos os jogos que eu fui ao MONUMENTAL. Sim, eu estava lá. Cheguei ao estádio às 13h e, praticamente, não tinha mais espaço. Filas intermináveis. Fui me enfiando, furando aqui e ali e entrei no estádio. Meus amigos que não quiseram seguir-me ficaram de fora. Fiquei solito na arquibancada geral em pleno sol. Um calor desértico, com uma sensação térmica em torno de uns 50ºC. Recordo que tinha no bolso R$ 5,00. Tive que administrar os pilas. Exatamente de 1h em 1h eu comprava 1 picolé (custava R$ 1,00) na sede de refrescar a alma. O jogo começava às 19h. Nunca tinha visto no mesmo jogo 3 helicópteros. Já no início do jogo, o Paulo Nunes meteu a bola pra rede da Lusa e a torcida foi ao delírio. Quase 80 minutos após o primeiro gol, a estrela de Felipão brilhou. Colocou em campo o guru Aílton que, num rebote de uma bola alçada na área da Portuguesa pelo Miguel, enfiou a pata e desferiu um chute certeiro, vencendo o bom arqueiro adversário. Eu lembro que tive um choque na cabeça. Fiquei tonto, tamanha era a alegria. O GRÊMIO estava sendo BI campeão do mais difícil campeonato de clubes do mundo.
Depois disso vivenciei grandes jogos. Verdadeiros espetáculos de futebol. Vitórias, empates e viradas surreais. Claro, como todo grande time, também perdi no MONUMENTAL. Nem só de vitórias vive um vencedor. Derrotas que, na essência do clube e do estádio, sempre foram vendidas caro.
Palco que fez e continua fazendo os adversários tremerem quando dentro estão e girarem 360º um olhar atento e apaixonante que é contagiado pela emoção, vibração e inigualável torcida do GRÊMIO.
Nos últimos jogos que tenho ido no OLÍMPICO, confesso já chegar triste e com o coração apertado. Com os olhos lacrimejados, fico sentado só, olhando pra ele e imaginando como será o amanhã sem a sua presença física. No último jogo, que será em poucos dias, o sofrimento e a nostalgia invadirão o meu ser de forma tal que preferiria não estar presente.
Quando te colocarem no chão, GRANDE PALCO, quero estar bem longe. Longe o suficiente para nunca mais voltar a cruzar pelo bairro da Azenha.
Que falta sentirei de ti, meu estádio OLÍMPICO MONUMENTAL…
Que me fez rir e chorar.
Que me viu crescer correndo dentro de ti.
Que muito mate sorvi sentado á tua sombra.
Que, toda vez que passava pelas tuas cercanias, parava pra te olhar e te contemplar.
Que, sempre com muita honra, li “GRÊMIO CAMPEÃO DO MUNDO” no teu letreiro, o mais plagiado de todo o planeta.
Que, em dias de jogos do GRÊMIO em Porto Alegre, já acordava pronto pra ir te ver.
Que, nos Domingos, há mais de uma década, animo com o meu irmão as missas da tua linda capela.
Que é abraçado por milhares de apaixonados torcedores que te levarão pra posteridade na mente.
Que multidão de pessoas correrão por ti em ti.
Que JAMAIS será esquecido por toda a tua mística. Mística que só tu tens. A história do GRÊMIO é muito maior que qualquer torcedor, dirigente, estádio, … uns já passaram, outros virão, mas nada será igual a ti. Pois és ÚNICO. És simplesmente MONUMENTAL!!!
Cristiano Zucco
O sobrenome da Arena poderia ser MONUMENTAL também, no meu ponto de vista seria o elo de ligação do Estádio Olímpico com a nova casa do Tricolor… Obrigado Oímpico Monumental, seja bem vinda Arena Monumental.
Parabéns meu Irmão Zucco
Lindo texto, linda história, valeu termos vividos juntos alguns momentos no Olímpico.
Abração
Graças a Deus tu se despedirá do Olímpico sem o rabo de cavalo!
Bah descreveu direitinho o que sentimos ao presenciar as ultimas batalhas nesse palco de guerras… é como perder algo especial em nossa vida… é como deixar tudo e começar vida nova!!! Ms sempre será inesquecível!!!
Magnífico texto amigo Zucco!!!
grande Zucco! é o que eu digo… tem muita história esse OLIMPICO… que despedida difícil!!!
Difícil… nossa… sem palavras! Embolorar nas arquibancadas comemorando um gol (lembra? há uns 13/14 anos). Invadir o campo com a chegada dos jogadores de Medelin em 95.. Érico Veríssimo com o cordão da calçada pintada de tricolor.. Danrlei Sentado na frente do caminhão de bombeiros…tudo é inesquecível…Que dor está sendo!
Cara, só o Monumental para fazer isso, pois parece que o cara se vê em todos os Textos, estou achando isso muito loco…
Textos completamente diferentes, mas ao mesmo tempo vividos por todos. É o que eu defendo, não existe um momento, simplesmente faz parte da nossa VIDA. e sempre fará !!!
Baita texto Zucco, muito corri por la tbm, e quando piá recolhia todas as bandeiras que no chão, propagandas, …
Parabéns Cris!!!!
Me emocionei com suas palavras..