Com muita tristeza, recebemos, hoje a tarde, a notícia do falecimento de um dos maiores atletas da história do nosso Grêmio: Airton Ferreira da Silva, o Pavilhão.
Eu tive a felicidade de ver esse gigante da grande área jogar, por muitas vezes, em confrontos do Grêmio no estádio Olímpico na década de sessenta, quando, nessa época, eu recebia um dos maiores presente da minha vida, o título de sócio remido do clube do meu coração.
Era um zagueiro dotado de uma técnica invejável, nunca vista em qualquer outro zagueiro na história do futebol mundial. Quase não fazia falta, pois a sua técnica e o uso adequado do corpo eram suficientes para desarmar o adversário dentro da lei do jogo e, naquele tempo, não havia a proteção que há na frente da zaga atualmente. O confronto era quase sempre mano a mano com o atacante .
Uma de suas marcas era a jogada de “charles” como se dizia na época. Sendo que, em muitas vezes, ele a usava para recuar a bola para o goleiro. Cruzando a perna direita por trás da esquerda, a bola subia, indo parar, exatamente, onde o goleiro estava.
Por incrível que pareça, foi expulso apenas uma vez na sua carreira, ainda por reclamação, e não por jogo violento.
Foi convocado para a Seleção Brasileira em 1962, mas, apesar de fazer excelentes treinamentos, foi mandado embora, pois. naquela época, os gaúchos simplesmente não eram respeitados pelos Paulistas e Cariocas. Eles eram os donos do Futebol Brasileiro e faziam o que bem entendiam.
Pavilhão também era um exímio cabeceador dentro da grande área. Quase nunca dando chances para os centroavantes adversários fazerem gols de cabeça na nossa equipe e, como se isto não bastasse, ainda comparecia na área adversária aproveitando as cobranças de escanteio a nosso favor, marcando muitos gols. Algumas vezes, também marcava com os pés. Em toda sua carreira, totalizaram 125 gols marcados que, para um zagueiro, é um feito histórico, sem sombra de dúvida.
Depoimento de Hélio Dourado que consta no livro AIRTON PAVILHÃO – “É uma dessas pessoas inesquecíveis do Grêmio, do tipo Lara, Luiz Luz. São essas pessoas que plasmaram aqui nesse clube a sua posição de grandes gremistas e de grandes jogadores. Um dos maiores zagueiros que eu conheci no futebol mundial. Também continua a mesma pessoa, o mesmo Airton até hoje. É um grande amigo que eu tenho, graças a Deus, sem sombra de dúvida.”
Que a espiritualidade te receba com as honras de um artista do futebol que soube cumprir a missão que te foi dada pelo Criador, e por aí, certamente, vais encontrar o Lara, o Luiz Luz, o Luiz Carvalho, o Gessi e tantos outros artistas da bola que passaram pelo nosso querido e glorioso Grêmio. Quem sabe vocês montam um time por aí também com a camisa do Grêmio, é claro.
Não tenho dúvidas em afirmar: Airton Ferreira da Silva foi o maior zagueiro central do planeta desde que o futebol existe.
Jorge Flain
Amigo, Jorge Flain
Que texto EMOCIONANTE! Sem brincadeiras, lendo as tuas palavras e a narrativa, ao invés de estar sentado no sofá da minha sala, eu me senti nas arquibancadas do estádio Olímpico assistindo Airton jogar.
Viajei no tempo de uma maneira sem igual. Que narrativa, meu amigo! Que narrativa…
Obrigado Airton Ferreira da Silva.
Airton nos deixa justamente no ano em que deixaremos o Estádio Olímpico Monumental, coisas do futebol, se vai Airton, se vai uma era.
VIVA AIRTON PAVILHÃO!!!!!
Parabéns, Jorge, pelo artigo! Está de arrepiar! Com certeza o Airton vai deixar muitas saudades…
Texto emocionante. Tive a honra de conversar uns 2 minutos com ele. Grande homem!
Que descanse em paz e que nos olhe lá de cima.
Muito obrigdo por tudo, Airton Pavilhão.
Parabéns Flain. Texto emocionante. Tenho “inveja” tua por não ter visto esse grande e histórico jogador do no Grêmio.
De arrepiar. Flain, és um privilegiado de ter visto a lenda jogar.
Aírton Pavilhão chegou ao GRÊMIO junto com o Olímpico em 1954, e nos deixa justamente no último ano do nosso palco de glórias.
Beleza de texto Jorge, Parabéns….Não tive a oportunidade de ver o Airton jogar, mas lia os jornais da época que falavam sobre suas atuações.
Além disso tudo, um grande Gremista….
Descança em Paz Pavilhão…..
Grande Flain
Belas as tuas palavras de amor e gratidão, em homenagem a um atleta maravilhoso, um Gremista de verdade, um cidadão de respeito.
Obrigado Pavilhão, por um exemplo digno de amor ao seu clube.
Brilhante Jorge. Reunisse neste artigo emoção com informação.
Parabéns meu amigo Jorjão. Muito bem escrita a matéria do Airton. Faltou apenas destacar que ele venceu 9 campeonatos gaúchos pelo Grêmio e o campeonato Pan-Americano de 1956 com a seleção brasileira de futebol. A exemplo do Grêmio, Airton também é imortal em nossas lembranças!