A poucos dias da final da Copa do Brasil 2016, que pode sagrar o GRÊMIO Penta Campeão, nenhum pensamento que não seja GRÊMIO se completa na minha cabeça. Simplesmente não durmo bem, não me concentro como deveria no trabalho e sou acometida por paranoias mirabolantes juntamente com euforias desmedidas.

Sim, após um grande jejum de títulos e pior, a completa descrença no time do GRÊMIO, por conta das agruras que passei nestes anos, me dou ao luxo deste descontrole, agora, no momento que vive o clube e na perspectiva de guardar o caneco que nos leva a L.A. 2017. E neste turbilhão de sentimentos e pensamentos me veem as imagens e lembranças das COPAS passadas.

De todas que o GRÊMIO nos trouxe, uma, para mim, é a mais emblemática; aquela de 97. A campanha, a final e tudo que envolvia o clube na época, me traz o sentimento de que ali se dividiu a história do GRÊMIO. Aquela equipe foi a última representação de uma década vencedora onde eu identificava – e me identificava – um grande GREMISMO.

Fizemos uma semifinal com o Corinthians de Marcelinho Carioca (que errou pênalti), em um tempo que o GRÊMIO era odiado e temido por todo o Brasil. Nesta primeira partida, em São Paulo, o time paulista não perdeu somente pênalti, fez também gol contra. E diga o que quiser a imprensa do eixo central, o “grande” Corinthians estava apavorado de jogar contra o GRÊMIO. Ganhamos a primeira de 2×1. Decisão em casa (amado Olímpico Monumental); empate em 1×1, muita pressão dos dois lados, bola na trave, primeiro gol do adversário (3 min. de partida), empate chorado do “Diabo Loiro” (artilheiro da competição), grandes defesas do Danrlei e também do outro lado. Fim de jogo 1×1 e o GRÊMIO na final. Isto é GRÊMIO! Com esta cara começamos a construir o Tricampeonato.

A final foi, sem dúvida, a demonstração de um time que não se entrega. Que reage à adversidade com bravura e que por tamanho desejo de ser campeão, vai ao limite e até transpõe suas próprias expectativas. Primeiro jogo, no Velho Casarão, defesas espetaculares do Danrlei, gols feitos, perdidos pelo “Baixinho” e expulsão do nosso “cangaceiro”; e sabe-se lá onde o Sávio ia parar com aquela bola. Termina o jogo, 0x0. A decisão foi para o Rio.

A final era contra Romário, contra Sávio, Lúcio… a final era contra um Flamengo que colocaria mais de 100 mil pessoas no Maracanã. Mas a final mostraria quem é o povo Gaúcho, do que somos feitos, qual é o nosso caráter. João Antônio abre o placar. O João Antônio! O João Antônio! Eu gritava, não sei o que! Não sei se o que eu dizia era inteligível. Eu gritava… O GRÊMIO apertava, apesar de estar ganhando. Mas o Flamengo é o Flamengo; empatou – Lúcio – 1×1. Ainda era GRÊMIO, quando o Romário virou. Me lembro do soco que senti no estômago. E também me lembro do quanto esta sensação foi fugaz. “É o GRÊMIO!” Eu repetia mentalmente, para mim. Em campo o Flamengo queria me convencer de que eu não seria campeã. A arquibancada cantava “Ah, eu tô maluco!”. E eu não desistia, porque o GRÊMIO não se entregaria assim. Eu sabia que o GRÊMIO, em uma total sintonia comigo, queria aquela COPA. E o Miguel fez 2×2. O Miguel mudou a música para “Ah, eu sou GAÚCHO!”. E choro sempre que lembro desse GRÊMIO; para mim, o último com integral cara de GRÊMIO.

Vou me apegar – já me apeguei – neste espírito, nesta vontade, para acreditar em ti de novo, GRÊMIO! Eu vou contigo, com ou sem cara de GRÊMIO, aonde tu fores. Eu te amo e te acompanho. Eu quero esta COPA! E tu, tens que querer também! E tu, tens que jogar a morrer.

Aguante mi TRICOLOR, querido!

1997-taca

Ana Vilches

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2 respostas a “Ah, eu sou Gaúcho!”

  • Inesquecível mesmo! Tive a graça de poder estar no Maracanã vendo essa grande conquista. Passamos um sufoco, ônibus quebrados, vidros apedrejados, policia cobrando “extra” pra escoltar os ônibus, chegamos no maracanã atrasados passando no meio da torcida do Flamengo, tanta pressão que nem passamos por catracas, tenho o ingresso até hoje… mas, como sempre, quando é pelo Grêmio, tudo vale a pena… E o time em campo sabíamos que ia corresponder, mesmo quando o Flamengo virou o jogo a gente tinha certeza de que o Grêmio ia reagir, não ia se entregar… foi de lavara a alma ver mais de 100 mil urubus quietinhos assistindo a nossa festa. Estamos a um jogo de uma nova, tão esperada e merecida conquista… Vamos GRÊMIO !!!

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