Em qualquer mesa de boteco, envolvida com aquela cerveja espumosa e gelada, um dos mais polêmicos assunto que se trata, no campo do futebol, é se o dito “professor” pode influenciar, ou não, no resultado final da partida.

A princípio, tenho a opinião de que, com certeza, o treinador pode tanto aperfeiçoar o time no decorrer do jogo, como estragar de vez o que estava bom. Em outras palavras, é determinante, sem dúvidas, suas escolhas durante os 90 minutos.

É bem verdade que, durante os primeiros 45 minutos contra o Canoas, Grêmio esteve bem abaixo da crítica. Apesar do gol marcado por Kléber logo no começo do jogo, o time acabou diminuindo o ritmo como um todo. Não sei se por má escolha do treinador ou por falta de entrosamento. Acredito que um pouco das duas hipóteses. Mais a frente explico.

Minha preocupação é sobre a bola aérea. Nosso calcanhar de Aquiles. Em duas partidas, foram dois gols sofridos em cobranças de escanteio. Mais uma vez, nossa dupla de zagueiros ficou estagnada no chão. Mas, obviamente, a culpa não é somente deles. Marcação de bola parada envolve a movimentação do time como um todo: dos zagueiros ao atacante. Todos têm um setor para cobrir, mas ninguém acaba exercendo sua função. Dor de cabeça para Caio Júnior.

Agora, a explicação. Mesmo sem o condicionamento físico ideal, ao trocar o esquema 4-4-2 para o 3-5-2 com Gabriel no lugar de Marco Antônio, o treinador soube interpretar o jogo até o momento, aproveitar as características dos jogadores que temos no elenco, usá-las e, assim, nos proporcionar um Grêmio com mais cara de Grêmio no segundo tempo. Com Douglas centralizado, Kleber mais ao lado de Marcelo Moreno e os laterais apoiando pelos flancos muito bem, Tricolor dominou a partida. E, ao contrário do que se via, com volantes organizando o jogo, percebemos organização tática e, até mesmo, entrosamento entre os jogadores.

Vale lembrar que, esse mesmo 3-5-2 nos proporcionou nosso último grande título de expressão: Copa do Brasil em 2001. Mas, sem saudosismo, continuo…

Destaque, também, para nossa dupla de atacantes. Desde os tempos de Jardel e Paulo Nunes, há tempos não via um atacante cruzando a bola para outro deixar sua marca. Marcelo Moreno fez um gol de centroavante! Gol de matador! Gol de quem deve ser pifado constantemente durante o jogo com bolas aéreas.

Mas, assim como contra o Lajeadense nem tudo foi horrível, também contra o Canoas nem tudo foi uma maravilha. Estamos iniciando a temporada, condicionamento físico dos jogadores ainda tem muito a evoluir, entrosamento não é o ideal. Mesmo assim, expectativa é de evolução, muita evolução. E, das boas!

Parabéns, torcida Gremista! Parabéns, jogadores pela primeira vitória de muitas na temporada! Mas, principalmente, parabéns, Caio Júnior! Acabou de vez com a discussão: treinador influencia no resultado final e, nós, “botequeiros”, teremos que arranjar uma outra pauta entre uma cerveja e outra…

Luciano Müller

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4 respostas a “O dedo do treinador”

  • Não consegui ver o primeiro tempo do jogo, mas o que vi no segundo me agradou.
    Luciano,
    Ressalto que o Grolli fez mais uma boa partida, acho que o Marco Antonio ainda não mostrou a que veio. A atuação do Moreno, fez brilhar meus olhos! Certo que se o Caio manter o 3-5-2 e os jogadores pegarem o ritmo vamos copar!
    Abs.

    Débora.

  • Olá!!
    Na real o Caio montou aquele 4 4 2 pensando no Giuliano tbm. Hj, não temos aquele jogador qualificado e rápido pra jogar do lado do Douglas. Marco Antonio ainda não provou ser aquele mega jogador que o falastrão falou um tempo atrás.
    Em tempo, nunca gostei desse esquema. Sempre achei que é de time pequeno e cagão. Caio Jr me provou o contrario.
    Esse 352 ta bom pro time do Grêmio, por enquanto.
    No momento que os reforços chegarem, os zagueiros, meio campo e o atacante podemos pensar num 4 4 2.
    O treinador deve definir o esquema de acordo com as caracteristicas dos seus jogadorese. Nesse ponto o Caio me parece ser inteligente!!
    Beijos queridos. E Parabens pelo post, Luciano!!

  • Não posso comentar muito sobr eo jogo, pois não vi.

    Mas antes de pensar no esquema tático, o Treinador deve saber as peças que tem. Para um 4-4-2, um dos meias tem que ter velocidade para recuar e se juntar aos atacantes. Marco Antonio e Douglas não são velozes.

    No jogo contra o Lajeadense, o Grêmio jogava demais pelo meio e os laterais pouco apareceram. temos que tirar proveito da melhor qualidade dos nossos laterais.

    Eu não tenho nada contra qualquer esquema, pois para mim, o melhor esquema é o que vence. Basta ter jogadores para qualquer esquema dar certo.

    Grande coluna, Luciano!

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