O ano: 1983. O estádio: Olímpico Monumental.
Jogo de volta da final da Copa Libertadores da América daquele ano. GRÊMIO e Peñarol, após empatarem em 1×1, na primeira peleia, no Uruguai, definiriam aqui, em Porto Alegre, quais seriam as cores da liberdade; quem seria o LIBERTADOR!
O Peñarol já havia sido campeão da COPA por quatro vezes. O GRÊMIO, buscava sua primeira. O Peñarol, como um típico time Sul Americano, era brigador, não sentia o fator local e sabia muito bem como disputar este tipo de competição. O GRÊMIO… o GRÊMIO tinha o China, o De Leon, o Maza… o Renato… e todos os outros. O GRÊMIO, além dos grandes valores individuais, tinha força, qualidade e um grande entrosamento do grupo de jogadores, dentro e fora do campo. O GRÊMIO imbuiu estes atletas de GREMISMO e de vontade. Todos eles queriam, com a camisa TRICOLOR, ganhar esta taça. Todos queriam fazer do GRÊMIO o primeiro Gaúcho a possui-la. E assim o fizeram.
Antes dos 10 min, caio abre o placar e explode o Olímpico. O sonho TRICOLOR estava começando a se realizar. Mas Libertadores, amigos, ninguém quer perder. Ninguém se mixa, ninguém se abaixa. E naquela época, o jogo (falta) rolava livre. Se apanhava muito; mas também se batia muito. E nós estávamos preparados para isto. Mais do que preparados, loucos por isto. Mas o Peñarol também. E então, aos 25 min do segundo tempo, empatou.
O GRÊMIO, é preciso dizer, é destes clubes de futebol que envolve seus jogadores e torcedores de tal forma, que coisas incríveis são sempre relatadas na sua história. E esta relação se torna tão atrelada, que já nem sabemos a quem atribuímos os milagres, as façanhas deste clube. Agora, neste jogo, a estrela dele, do nosso 7 espetacular, brilhou naquele lançamento que fez para o Cesar, resultando no gol do título. Ele afirma que foi proposital… eu acredito!
Faltavam aproximadamente 13 min para o término da partida. Ah foram longos… os mais longos… estes minutos duraram horas… O Tita sangrando, o Maza despenca por uma porrada. O jogador do Peñarol vai expulso e uns três ou quatro deles partem para cima do Renato, que encara os oponentes e, em um dos gestos que mais me marcou e ainda me emociona, faz para eles o sinal de 2×1 com os dedos. Isto é COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA – ou era.
Foi a nossa primeira. E hoje comemoramos os 35 anos dela. Eu, na época tinha 12. Frequentava pouco o Olímpico; não estava presente nesta batalha. Mas como nasci com esta paixão pelo GRÊMIO, de verdade, me contento em viver as suas glórias dentro ou fora da cancha. Eu sempre fui muito orgulhosa do GRÊMIO. Eu sempre estive muito envolvida sentimentalmente com este clube. Ganhar esta COPA foi libertador também para mim. Foi o momento em que pude dizer: “eu sou campeã da América!” para os que ousavam questionar o meu amor.
Enfim, parabéns e obrigada, a todos que fizeram acontecer. Parabéns a nós, GREMISTAS, que mais do que ninguém merecemos esta COPA. E parabéns a ti, GRÊMIO, por ter sido forte, aguerrido e bravo!
NÃO ao FUTEBOL MODERNO!
(O GRÊMIO do RENATO pode!)
Ana Vilches
@anagremiovedder